Minhas Memórias
Ingressar na escola foi fundamental, que até os dias de hoje nas minhas lembranças consigo revê como se deu esse processo. O primeiro contato ocorreu em uma sala improvisada há 200 metros de minha residência, no qual eu tinha que transportar um banquinho para poder sentar, esta situação causava-me um sério transtorno, com isso pedi ao meu pai que pintasse o banquinho de vermelho, achando eu que poderia aliviar o suposto sofrimento, desta forma fiquei menos constrangido por levá-lo todos os dias à escola.
Os meus pais almejavam que eu me tornasse um médico, creio que era o anseio de “todos” os pais da época, todavia, não foi possível uma vez que não ambicionava essa profissão.
No entanto, cursando a 5ª série do Ensino Fundamental 2 tive a oportunidade de ler o livro de Monteiro Lobato, “ O sítio do pica pau amarelo”, no qual fiz grandes descobertas em vários setores, tanto no tocante à existência do minotauro, quanto na sutileza e sabedoria de Visconde de Sabugosa. Recordo-me ainda que após termos feito a leitura deste livro, a professora pediu que fizéssemos uma peça teatral com o intuito de familiarizarmos com os personagens; esta aula foi marcante, pois descobri que tinha talento na interpretação. Porém, causava-me indignação a inexistência de um acervo bibliotecário na escola.
Já no Ensino Médio, em1992, vários docentes serviram de âncora na minha formação, mas por intermédio da professora de Língua Portuguesa, Valdiléia, pela simplicidade, simpatia, meiguice, alegria de transmitir os conteúdos, pelo vocabulário requintado e, sobretudo, pela beleza, fiquei encantado pela aula, pela professora... Dessa forma às aulas de Língua Portuguesa sobressaiu em relação às demais, pelos momentos fascinantes das leituras e interpretações textuais.
Por outro lado, a disciplina de Ensino Religioso eu, considerava a enfadonha, talvez até por não nutrir grandes paixões pela professora. Mas a leitura do romance “Jardim de Sangue”, de Newton César, foi marcante na minha formação, por ser um tanto polêmico no que diz respeito à vida de Cristo. Hoje, no entanto sou evangélico, um leitor assíduo e, considero como a missão mais nobre do ser humano a propagação da palavra de Deus.
Quando me ingressei na faculdade de Letras, abriu-se um leque de informações acerca do verdadeiro papel do professor, pois tive uma visão holística no que tange a prática pedagógica que serviu de alicerce para rever antigos conceitos tidos outrora como certos; as aulas tornaram-se mais dinâmicas e menos excludentes em alguns aspectos.
Sabe-se que o novo causa certa resistência, neste sentido às aulas de vídeo streaming propiciada pela faculdade, levou-nos a fazer algumas indagações a respeito da melhor forma de assistirmos às aulas, todavia a inquisição de ler alguns livros foi de suma relevância neste processo, como na leitura crítica da obra de Marcos Bagno, “Preconceito Linguístico”, pois nos redimensionou a ter uma visão crítica sobre como nos preparar frente as variações lingüísticas.
Atualmente sou um leitor assíduo e fascinado pela leitura, uma vez que procuro me atentar frente às mudanças constantes da tecnologia da informação, pois sabemos que a comunicação se faz presente nas mais variadas instâncias pedagógicas.
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