quarta-feira, 28 de outubro de 2009

7. REFLEXÃO TEXTO TEÓRICO:

7.1 Gêneros textuais: definição e funcionalidade:

Nas oficinas condizentes à TP 3 foi feita como referência a leitura do texto de Marcuschi, no qual o autor enfoca os gêneros textuais desde as práticas sócio-históricas até as velhas bases.
Segundo o autor os gêneros textuais abordam instrumentos da ação criativa altamente maleável e estão ligados às atividades socioculturais, que variam segundo as necessidades de comunicação.
Neste viés o autor menciona a contribuição do gênero para ordenar e estabilizar as atividades comunicativas do cotidiano. No entanto, apresenta poder de predição e interpretação das ações humanas em todos os contextos discursivos, por isso é notório considerar a quantidade de gêneros textuais em relação à sociedade de comunicação escrita.
Dessa forma o autor relata que após a criação da escrita alfabética por volta do século VII A. C., os gêneros textuais se multiplicaram, aparecendo os típicos da escrita. Contudo com o avanço da cultura eletrônica, como o telefone, o gravador, o rádio e o computador presenciamos a explosão de vários gêneros e novas maneiras de comunicação, seja ela, oral ou escrita.
Por isso, evidencia-se que surgiram inúmeros gêneros, mas as bases permanecem as mesmas. O fato fora notado por Bakhtin que falava da “transmutação” dos gêneros, quando eles passam a gerar outros gêneros que surgem a partir das inovações culturais, do uso constante de novos meios de comunicação, todavia, não são totalmente novos, sustenta-se em gêneros já conhecidos que mantêm com eles alguma semelhança. Dessa forma os gêneros tendem a enfraquecer as fronteiras entre oralidade e escrita, uma vez que são mais maleáveis.

Referência bibliográfica:
MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. São Paulo: Cortez, 2001.

7.2 Leitura, produção de texto e a escola:

Nesta oficina que corresponde à TP 4 analisamos a leitura do texto “Leitura, produção de texto e a escola”, onde a autora faz uma série de observações acerca do processo de letramento, e nessas análises menciona que os conteúdos que interessam ao professor está relacionado as práticas de leitura e escrita na sala de aula.
Assim a construção de significados, seja por intermédio da fala, escrita ou leitura, está vinculada às atividades discursivas e às práticas sociais que o aluno tem acesso no decorrer da sua existência enquanto membro da sociedade letrada. A construção dessas atividades se relaciona no âmbito de ações em nível social.
A autora ressalta que o fato dos alunos estarem juntos com aqueles que não sabem falar ou escrever, ou com péssimos professores remete as diferenças nos estilos comunicativos. Por isso, a diversidade de estilos está ligada à imagem da incapacidade dos professores e alunos. Nesta premissa, percebe-se que a diferença entre o avanço do aluno como ser letrado é clara e fundamental, necessitando que esses fenômenos sociais extrapolem o perímetro da escola.
Segundo a autora o trabalho realizado por meio da leitura e produção de texto, vai além do processo de decifração, pois é de construção de significação de sentido cultural. Dessa forma as atividades de leitura, tornariam mais dinâmicas em decorrência da reciprocidade das imagens reais ou virtuais que aí se constituem.
A autora faz experiência a Kleiman, no que diz respeito ao processo de letramento constituído por práticas e eventos ligados ao uso e impacto da escrita na sociedade. Assim crer que ensinar não é o mesmo que aprender, um permite a avaliação escrita explícita, e o outro é interno.

Referência bibliográfica:
MATENCIO, M de L. M. Leitura, produção de texto e a escola. Campinas: Mercado das Letras, 1994. P.17-19.


7.3 A coesão textual:

Para a oficina correspondente à TP 5, foi feita a leitura do texto “A coesão textual”, no qual a autora visa utilizar uma linguagem simples com conceitos imprescindíveis da lingüística textual, classificando a coesão em: referencial e seqüencial, apresentando as relações de sentidos inerentes no interior do texto que o caracteriza como um texto.
Para a autora, alguns escritores dizem que a coesão é uma relação semântica entre um elemento do texto e outro elemento crucial para sua interpretação, ou seja, os conectivos são as partes fundamentais para que o texto realmente faça sentido e tenha sequência de idéias.
No texto, Koch, faz alusão a posições divergentes entre Halliday e Marcuschi, no qual Halliday afirma que a coesão é uma condição necessária, não suficiente para a criação do texto; enquanto que Marcuschi relata que não se trata de uma condição necessária, pois existem textos destituídos de recursos coesivos, no entanto “a continuidade se dá ao nível de sentido e não ao nível das relações lingüísticas”. Por outro lado, há textos que não tem condição de formar uma textura.
Segundo a autora, a textualidade se torna um “olhar feito no horizonte”, quando a mesma nesse texto se dá no nível da coerência, da continuidade de sentidos ligada à sequência das idéias que compõem o tema.
Conclui-se que o significado de coesão se relaciona a todos os mecanismos que faz um elo entre lingüística embasada nos significados e elementos que surgem na superfície textual.

Referência Bibliográfica:
KOCH, I. G. V. A coesão textual. São Paulo: Contexto, 1989.

7.4 Variações de registro:

Nesta oficina que corresponde a TP 1, vamos aprofundar nosso conhecimento acerca de pontos polêmicos, no estudo da língua: a norma culta, a linguagem literária e as modalidades da língua oral e escrita.
Percebe-se que o grau de formalismo é visto no sentido normativo e estético nas atribuições da língua no nível fonológico, morfológico e estilístico, e com variedade de recursos usados com freqüência na língua padrão e culta.
Quando o autor acaba optando pela divisão dos registros em formal e informal, automaticamente ele deixa transparecer que é muito difícil a separação, uma vez que se trata de níveis às vezes muito próximos só perceptíveis quando é dado num texto específico.
No tocante ao ensino/aprendizagem de língua materna, no que se faz menção as atividades a serem desenvolvidas no decorrer das aulas, é claro que tanto para a língua falada quanto para a língua escrita, existe uma discrepância entre formal (oratório / hiperformal) e informal (coloquial e pessoal). Portanto, o professor está convicto de que dentro do que estaria chamando formal há níveis distintos de formalidade, aquele em que o aluno já adquire fora da sala de aula, no convívio com a família e em outros grupos sociais.
No entanto, faz-se necessário trabalhar a leitura na sala de aula por meio de textos que indiquem o contexto do enunciado. Por isso, mais importante de que estabelecer classificação e expressões como: “frequentemente, quase sempre”, etc., que relativiza a formação rígida é se atentar para a sensibilidade de cada texto, e descobrir suas opções de construção e reconstrução.
Segundo o autor esse tipo de variação, poderá ser analisado, por exemplo, entre revistas científicas no qual os artigos são escritos na suposição de que serão lidos por especialistas da área e revistas de divulgação, porém a realidade é outra, pois os artigos são destinados a massa, na maioria leiga nos assuntos, embora interessado neles.

Referência bibliográfica:
TRAVAGLIA, L. C: Variações de registro. In Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática no 1º e 2º graus. São Paulo: Cortez, 1996. P.51-58.


7.5 A gramática: história, teoria e análise, ensino:

Para a oficina da TP 2, foi feita a leitura do texto “A gramática: história, teoria e análise, ensino”, no qual apresenta uma leitura complicada àqueles que não são adeptos à questão histórica, no entanto, é atrativa e fácil na questão técnica. Pode-se dizer que a autora se refere à gramática internalizada, onde nenhuma interação verbal se faz “sem gramática”, quando aborda a supremacia das frases no texto.
Para a autora, mais do que saber indicar a função dos termos numa oração, é fundamental saber os motivos que levam alguém optar por uma entre inúmeras opções de língua, isto se evidencia nas várias exemplificações de apresentação do sujeito.
Com isso, observam-se dois domínios da língua pelo falante: ao domínio passivo, que diz respeito à compreensão de enunciados, e o domínio ativo, que se refere à produção textual. Em geral, toma-se por base a língua escrita pela sua modalidade mais frouxa, estabelecendo dessa forma uma incompatibilidade irremediável. Percebe-se que existe uma contradição que se possam invocar, em dependência da modalidade escrita ou falada em relação ao planejamento e a qualidade do texto.
Vale ressaltar que em algumas ponderações da autora, e, eu concordo que certos textos escritos seriam claramente ininteligíveis se propagados oralmente.
A autora insiste na tese de que tanto os registros quanto as modalidades da língua são níveis que se misturam não cabível só à escrita um elo com registro informal, ambos, dever-se-iam mesclarem, como na situação tensa (com barreira) de texto escrito: uma carta a autoridades, ou por meio de um comunicado a desconhecidos da morte de parentes deles.

Referência Bibliográfica:
NEVES, Maria Helena de Moura. A gramática: história, teoria e análise, ensino. São Paulo: UNESP, 2002. P. 225-227.

7.6 Lições de texto:

Na oficina relacionada à TP 6 foi feita a reflexão sobre o texto, “Lições de texto”, observa-se que o autor, procura-nos mostrar a importância da comunicação como objeto de transformação da informação. Assim o autor menciona que a teoria da comunicação se sustenta em seis fatores de intervenção: o emissor (produtor da mensagem), o receptor (aquele que recebe a mensagem), a mensagem (material), o código (sistema lingüístico), o canal (meios sensoriais) e o referente (situação a que a mensagem remete). No entanto, considera dois pontos importantes para a compreensão da mensagem, o emissor e o receptor.
Segundo o autor, há uma diferença acentuada no que tange a comunicação recebida e a comunicação assumida. Pois quando se comunica não objetiva somente o entendimento do texto, mas, almeja-se que o receptor faça o que nela se propõe. No entanto, a aceitação depende de fatores: emotivos, valores, ideologia e convicções políticas.
Dessa forma, conseguimos a aceitação por meio da argumentação persuasiva, seja explicitamente, como a publicidade, ou através de raciocínio lógico em sentido restrito. Todavia, quando bem feita, dá suporte e credibilidade ao texto.
O autor caracteriza quatro tipos de argumento:
1-Argumento de autoridade: tendo como suporte autores renomados para defender um ponto de vista, pois cria uma imagem de que o falante conhece o assunto.
2- Argumento baseado no consenso: prescindem em demonstrações evidentes, aceitas como verdadeiras numa época.
3- Argumento baseados em provas concretas: quando tem apoio em dados fidedignos, seja por cifras e estatísticas, parte-se de um exemplo concreto e daí se chega uma conclusão geral.
4- Argumento com base no raciocínio lógico: apóia-se no raciocínio sobre relações entre proposições lógicas, como as de causa e conseqüência ou de condição.

Referência Bibliográfica:
PLATÃO & FIORIN. Lições de texto: leitura e redação. São Paulo: ÁTICA, 1998.

Um comentário:

  1. Reginaldo,
    Parabéns! Seu portfólio esta muito bom.
    Poste sua reflexão sobre o seminário de avaliação.
    Um abraço,
    Professora Valquíria

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